SIMETRIA ICOSAÉDRICA: A SOLUÇÃO MATEMÁTICA PARA VÍRUS ( VÍRION ), BOLA DE FUTEBOL, FULERENOS ( BUCKBALLS ), FUNGOS E CÚPULAS OU DOMOS GEODÉSIC0S
No inicio da década de 1960, vários matemáticos como Caspar, Klug, Horne e Wildy acreditavam que a simetria icosaédrica possui a menor energia livre de formação, e portanto mais estável, o que explicaria a sua existência com estruturas pentaméricas e hexaméricas, nos vértices e nas faces, respectivamente, para a partícula viral; construídas através de estruturas proteicas repetitivas. Confirmando, assim, o modelo do capsídeo icosaédrico*.
*(empacotamento de pentágonos e hexágonos em poliedros com simetria icosaédrica), descoberta realizada pelo matemático Michael Goldberg em 1937.
Como já descrito anteriormente, esses capsídeos são formados pela reunião de 12 unidades pentaméricas (os capsômeros), reunindo um total de 60 unidades morfológicas idênticas (os capsômeros).
Na mesma década, Caspar e Klug observando os princípios da construção dos domos geodésicos feitos pelo arquiteto Buckminster Füller, mostraram ser possível construir arranjos estáveis de simetria icosaédrica com mais de 60 unidades estruturais. Füller mostrou que grandes construções geodésicas podem se formadas sem comprometer a estabilidade da estrutura. Percebeu-se, assim, que as ideias de Buckminster Füller revelavam que as estruturas biológicas seguiam o mesmo princípio, quando se observava os vírus maiores com a simetria icosaédrica. Lembre-se de que a estrutura icosaédrica (objeto de simetria 5:3:2, apresenta 12 vértices e 20 faces), e nos vírus, acomoda e protege em tão minúsculo espaço o genoma viral. Ou seja, através de subunidades repetidas, forma-se uma estrutura forte de volume máximo, e de superfície mínima, com o valor da razão [superfície do icosaedro/pelo seu seu volume] igual a 1:3,6, o que também é espantosamente surpreendente.
Agora, é possível correlacionar e compreender tais estudos com a importância da estela votiva do porteiro Roma, aquele egípcio do Templo de Astarte que se apoia num cajado, por conta de sua perna direita estar atrofiada, revelando a sequela da infecção pelo vírus da poliomielite cerca de 3.500 anos atrás (pedra egípcia exibida na página inicial deste blog, de propriedade do Museu Ny Carlberg klyptotek, localizado em Copenhague, Dinamarca – adquirida pelo museu no comércio do Cairo em 1895).
Tal artefato revela que o minúsculo vírus da pólio, cerca de 30 nm de diâmetro, com suas proteínas do capsídeo formando uma estrutura de simetria icosaédrica, protegeu o seu genoma por um longo tempo, possibilitando sua circulação na superfície do planeta até os dias atuais. Ou seja, a construção de estruturas geodésicas pelo arquiteto Buckminster Füller é segura. O registro da pólio encontrada na estela do porteiro Roma indica que trata-se de uma construção resistente, que por sua vez consome o mínimo de material, além de apresentar um grande espaço interno, quando comparado a sua própria superfície.
Assim, saindo dos resultados da esfera acadêmica (Caspar, Klug e outros), e com base em revelações de uma estela votiva de mais de 3.000 anos da XVIII dinastia do Império Egípcio, chegamos aos gramados dos estádios do México, quando a bola de futebol da Copa do Mundo de 1970, construída pela primeira vez, e utilizando estudos realizados por biomatemáticos, consagrou o Brasil como Tricampeão Mundial.
A Telstar® da Adidas de 1970 tratava-se de uma bola estável. Não havia possibilidades de gols feitos contando com a sorte. O título foi conquistado com técnica e talento dos nossos jogadores brasileiros ("nossos canarinhos").
Acrescenta-se ainda, o fato de que os atletas de futebol, a partir desta data histórica, estão trabalhando com bolas mais resistentes às deformações causadas pelos chutes e, portanto, mais duráveis.
- Medical Virology. David White & Frank Fenner. Academic Press, New York-US. 4th Edition (Chapter 1 – Page 4-10; 27 June 1994).
- Fenner and White's Medical Virology. Christopher J. Burrel; Colin R. Howard and Frederick A. Murphy. Academic Press, London-UK. 5th Edition, Chapter 3 – Page 27-37; 2017.
- Química. Editora Moderna.1995.
- Fields Virology by LIPPINCOTT WILLIAMS & WILKINS -LWW. 2007.
- Santos, N.S.O., Virologia Humana. 4ª ed. Guanabara Koogan, 2021.
- Viruses under the Mathematical Microscope: Deciphering the Code of Viral Geometry. Reidun Twarock, Professor Of Mathematical Biology at the University of York, York, UK. Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=yHnHwTFKM_Q. Acesso em 27/06/2013.
- https://blog.correios.com.br/filatelia/wp-content/uploads/2015/06/edital_8_2019_fungos_web.pdf Acesso 30/10/2019.
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