Segundo Aniversário Pandêmico do SARS-CoV-2

 SARS-CoV-2 Pandemic 2th Anniversary

In construction 

Completa hoje 2 anos de pandemia declarada pela OMS pela SARS-2, codificada com um nome que não remete a uma doença. Tão somente um código. O agente etiológico, o novo coronavírus, SARS-CoV-2, cuja notação recebe o número 2 em seu nome, o que deveria ter ocorrido com o nome da doença. Chamar de Covid-19 seria adequado para uma nomenclatura entre médicos e relatórios técnicos, como um código, o que já existe.

E por quê tal sugestão?

Em 2002/2003 quando surgiu a síndrome respiratória aguda severa, o vírus foi batizado com o nome de SARS-CoV, e a doença de SARS (Severe Acute Respiratory Syndrome). Observe que o nome da doença remete a uma sintomatologia específica sofrida pelos pacientes. Uma curiosidade natural! Se é que podemos dizer assim. Todos querem saber o que está havendo. O que eu tenho? Deve ser uma pergunta natural.

Como se as autoridades, criadas para dar respostas à humanidade, enclausuradas em seus gabinetes, esqueceram sua prioridade básica – atender solidária e profissionalmente as pessoas – conhecido também como gente!

Hoje,  os números estão em queda, em entrevista a Rádio Tabajara de João pessoa, falamos sobre 7 a 8 meses do seu aparente fim. Até o momento foram 35 mil óbitos registrados no ano de 2022. Diversos estados estão liberando o uso de máscara, o que não concordo. O vírus continua circulando, apesar de todo o programa de vacinação e das reinfecções estarem contribuindo para a sua sazonalidade (o que deve ocorrer de forma natural, não forçada). Publiquei artigo em conjunto com outros autores sobre


Os números até a data de hoje, no Brasil, são:

27.566.598 de recuperados

1.039.219 em acompanhamento 

29.249.903 casos confirmados

654.086 óbitos 

Letalidade de 2,2%, o que garante matematicamente uma sobrevivência de mais de 1 milhão de pessoas que estão em acompanhamento. Logo, ainda teremos registro de óbitos por alguns meses, e fatalmente sua sazonalidade irá impor a construção de imunizastes atualizados para que nossos próximos anos e décadas essas mortes sejam minimizadas.

fonte dos dados: https://covid.saude.gov.br/ Acesso 11/03/2022.


Qual a origem desse novíssimo coronavírus?

Logo no início da pandemia fiz um levantamento inicial (não publicado), acompanhando 12 países de todos os continentes até abril/maio de 2020. Veja abaixo:


COVID-19: Análise epidemiológica comparativa em doze países de janeiro a abril de 2020.


Marcelo Moreno, Virologista

Departamento de Fisiologia e Patologia

Universidade Federal da Paraíba

João Pessoa – PB, Brasil

Data da submissão: 11/05/2020.

O trabalho não foi submetido para publicação, porque acreditávamos na ocasião que os dados eram muitos iniciais e que deveríamos aguardar mais. Por sua vez, diversos canais na internet passaram a divulgar a evolução detalhada de todos os países diariamente.  De tal maneira que abandonamos essa linha de investigação e produzimos outras abordagens, junto com outros virologistas, como a questão da sazonalidade, origem do vírus, o escape acidental de patógenos de laboratórios e o comportamento da pandemia no futebol brasileiro nos anos de 2020 e 2021.


Resumo:

No final de 2019 surgiram vários casos de pneumonia de causa desconhecida, em Wuhan, Província de Hubei, China. E somente em meados de janeiro de 2020, a Comissão Nacional de Saúde da China informou de que o surto estava associado ao mercado de frutos do mar daquela cidade. No final de janeiro de 2020 o agente patogênico foi identificado  como um novo coronavirus, designado de nCOV-2019 (“new coronavirus 2019”) e a doença denominada como COVID-19 (“coronavirus infectious disease 2019”), e o vírus recodificado como SARS-CoV-2 (Coronavírus da síndrome respiratória aguda grave-2). Em 11 de março 113 países já haviam sido atingidos e a Organização Mundial de Saúde decretou o estado de pandemia. O presente estudo analisou comparativamente a evolução do número de casos confirmados, bem como o número de óbitos em 12 países de três continentes no período de 21/01/2020 até 22/04/2020. Os resultados sugerem que as decisões a serem tomadas no caso de uma doença pandêmica, necessitam de um consenso dentro da Ciência e entre as autoridades públicas, para que decisões errôneas não sejam tomadas e causem danos elevados em escalas local e global.

PALAVRAS-CHAVE: COVID-19, epidemiologia, coronavírus.


Abstract:

In late 2019, several cases of pneumonia due to an unknown cause appeared in Wuhan, Hubei Province, China. Only in mid-January 2020, the National Health Commission of China reported that the outbreak was associated with the city's seafood market. At the end of January 2020, the pathogen was identified as a new coronavirus, designated by nCOV-2019 ("new coronavirus 2019") and the disease called COVID-19 ("coronavirus infectious disease 2019"), and the virus recoded as SARS-CoV-2 (Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavirus-2). In March 11, 113 countries have already been affected and the World Health Organization has declared a pandemic state. The present study comparatively analyzes the evolution of the number of confirmed cases, as well as the number of deaths in 12 countries on three continents in the period from 01/21/2020 to 04/22/2020. The results suggest that the decisions to be made in the case of a pandemic disease, need a consensus within Science and among public authorities, so that erroneous decisions are not made and cause high damage at local and global scales. 

KEYWORDS: COVID-19, epidemiology, coronaviruses.



INTRODUÇÃO

No final de 2019 foram detectados em Wuhan, Província de Hubei, China, vários casos de pneumonia associados a um agente desconhecido, e em 31 de dezembro a OMS emitiu um alerta epidemiológico sobre o panorama a respeito deste surto de pneumonia na região  mesmo sem reconhecer a etiologia exata na ocasião (Novel Coronavirus (2019-nCoV) Situation Report -1). Tão logo soube-se a natureza do agente patogênico, um novo coronavirus, designado de nCOV-2019 (novo coronavírus de 2019), rastreou-se a sua origem. A suspeita é de que os primeiros casos surgiram a partir de um mercado de frutos do mar em Wuhan. Em pouco mais de quatro meses, 08 de maio de 2020, cerca de 3,7 milhões de casos foram confirmados em todo o mundo, e mais de 250 mil pessoas já morreram devido a complicações sistêmicas por este  novo coronavírus circulante no planeta (Coronavirus disease 2019 (COVID-19) Situation Report – 93).

Em 11 de fevereiro de 2020 a Organização Mundial de Saúde (OMS) estabeleceu um nome para a atual síndrome respiratória que colocou todo o mundo em suspense desde o final de dezembro de 2019, COVID-19 (doença por coronavirus de 2019)  (Coronavirus disease 2019 (COVID-19) Situation Report – 23). No mesmo dia, 11 de fevereiro de 2020, o Comitê Internacional de Taxonomia de Vírus (ICTV= International Committee on Taxonomy of Viruses) nomeia o novo coronavírus de Wuhan como SARS-CoV-2 (Coronavírus da síndrome respiratória aguda grave-2)  (Naming the 2019 Coronavirus, 2020). Estabelece-se, portanto, o agente etiológico da COVID-19, a primeira pandemia do século XXI, decretada pela Organização Mundial de Saúde em 11 de março de 2020, após atingir 113 países em todo mundo, causada por este novo coronavírus (Coronavirus disease 2019 (COVID-19) Situation Report – 51).

Trata-se de um vírus RNA de fita simples, de polaridade positiva, do gênero betacoronavirus. A partícula viral infecciosa é envelopada, pleomórfica, com 80nm de diâmetro podendo atingir 220 nm. No envelope viral encontram-se os peplômeros ou espículas glicoproteicas  distribuídas espaçadamente  em forma de clava, a espícula S, resposnável pela adsorção viral à célula. O nucleocápsideo de forma  tubular apresenta simetria helicoidal (Fenner e White, 2017).

Este novo coronavírus é 80% similar geneticamente ao SARS-CoV (Coronavírus da síndrome respiratória aguda grave) do surto de 2002, que acometeu boa parte da Ásia e Oriente Médio (Pãtino-Galindo et al, 2020; Fenner and White, 2017). 

Os dois agentes dessas síndromes respiratórias estão classificados no subgênero Sarbecovirus, sendo os únicos que infectam seres humanos (Pãtino-Galindo JAP, et al, 2020). Os morcegos são os reservatórios naturais desses coronavírus ( XIAO & XIAO, 2020).

O presente trabalho acompanhou os casos confirmados e registro de número de óbitos pela COVID-19 no período de 21/01/2020 a 22/04/2020, quando já havia no mundo 2.614.040 casos com 182.004 óbitos, com uma taxa de letalidade mundial de 6,96% (Coronavirus disease (COVID-19) Pandemic, 2020).


METODOLOGIA

Foram analisados os dados epidemiológicos em 12 países: Itália, Brasil, Espanha, França, Bélgica, Alemanha, Coréia do Sul, Irã, Suécia, Turquia, Japão e Dinamarca, utilizando gráficos semilog em  Excel® 2011. Os dados foram obtidos dos boletins diários da Organização Mundial de Saúde (Coronavirus disease (COVID-2019) situation reports), e da Universidade Johns Hopkins – Centro de dados de Coronavírus em (MAPS & TRENDS Cumulative Cases)  e (COVID-19 Dashboard by the Center for Systems Science and Engineerring (CSSE) at Johns Hopkins Universtity). Além de outras fontes indicadas durante a apresentação dos resultados, na discussão e na conclusão.


OBJETIVOS

O presente trabalho é um estudo comparativo das curvas de casos confirmados e quantidade de óbitos nos 12 países investigados desde os primeiros casos e óbitos pela COVID-19 no período de 21/01/2020 até 22/04/2020, a fim de que seja melhor compreendida a dinâmica  da pandemia pelo SARS-CoV-2 nesse início da atual crise sanitária mundial. Buscou-se representar nos perfis dos dados epidemiológicos as diferenças, peculiaridades e abrangência global entre os 213 países, áreas ou territórios envolvidos com a Covid-19.


RESULTADOS

As Figuras 1 e 2 são os gráficos semilog de casos confirmados laboratorialmente dos 12 países analisados.   Na Figura 1 é exibido a evolução dos números de casos confirmados da Itália, Brasil, Espanha, França, Bélgica e Alemanha. Pode-se observar dois blocos de países em função das quantidades de casos confirmados. Itália, Espanha, França e Alemanha são aqueles que registraram o número de casos acima de 100.000. Enquanto que o segundo bloco, Brasil e Bélgica, estão em torno de 45.000 casos confirmados até o período 22 de abril de 2020.

Ainda na Figura 1 observa-se a evolução de casos na Itália, desde o primeiro caso confirmado da COVID-19, relatado há 82 dias, em 30/01/2020. No dia 22/04/2020, o país registrou 189.973 casos confirmados,  Figura 3. O Brasil teve o primeiro caso confirmado em 26/02/2020, 27 dias depois do primeiro caso da Itália, Figura 1. Foi um senhor de 61 anos, internado no Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo-SP recém chegado da Itália (Ministério da Saúde, Brasil, 2020). Em 22/04/2020 o país registrou 45.757, Figura 3.  A Espanha confirmou seu primeiro caso de COVID-19 em 31/01/2020, há 81 dias, 1 dia depois do primeiro caso conformado na Itália. Em 22/04/2020 o país registrou 208.389  casos confirmados, Figura 3. A França registrou o primeiro caso em 23/01/2020, há 89 dias, sete dias antes do primeiro caso da Itália. Em 22/04/2020 o país registrou 157.125  casos confirmados, Figura 3. A Bélgica confirmou o primeiro caso de COVID-19 em 03/02/2020, há 78 dias, 9 dias depois do primeiro registro na Itália. Em 22/04/2020 o país registrou 41.889 casos confirmados, Figura 3. A Alemanha teve o primeiro caso de COVID-19 confirmado em 26/01/2020, há 86 dias, quatro dias antes do primeiro caso confirmado na Itália. Em 22/04/2020 o país registrou 150.648  casos confirmados, Figura 3.

Na Figura 2 estão as curvas dos casos confirmados da Coréia do Sul, Irã, Suécia, Turquia, Japão e Dinamarca. Aqui também é possível observar dois blocos em função da quantidade de casos confirmados. Irã e Turquia estão no bloco superior com cerca 100.000 casos. Enquanto Coréia do Sul, Suécia, Japão e Dinamarca Brasil estão no bloco inferior, em torno de 10.000 casos até 22 de abril de 2020. Na Figura 2 observa-se o primeiro caso de confirmação na Coréia do Sul relatado há 72 dias em 20/01/2020 (BBC, Março de 2020), 10 dias antes do primeiro caso da Itália. No dia 22/04/2020, a Coréia do Sul registrou  10.694 casos confirmados, Figura 3. O Irã confirmou seu primeiro de caso COVID-19 em em 18/02/2020, há 63 dias, 19 dias depois do primeiro caso conformado na Itália. Em 22/04/2020 o país registrou 85.996  casos confirmados, Figura 3. A Suécia registrou seu primeiro caso de COVID-19 em 31/01/2020, há 83 dias, 1 dia depois do primeiro caso da Itália (Lovis & Juhlin, 2020). Em 22/04/2020 o país registrou 16.004  casos confirmados, Figura 3. A Turquia confirmou o primeiro caso de COVID-19 em 11/03/2020, há 42 dias, 41 dias depois do primeiro registro na Itália (Sabah Daily, 2020). Em  22/04/2020 o país registrou 98.674  casos confirmados, Figura 3. O Japão  confirmou seu primeiro caso de COVID-19 em 16/01/2020, há 96 dias, 14 dias antes do primeiro caso confirmado na Itália (Walter, 2020; OMS, 2020). Em 22/04/2020 o país registrou 11.512  casos confirmados, Figura 5. A Dinamarca confirmou o seu primeiro caso em 27/02/2020, há 55 dias, 28 dias depois do primeiro registro na Itália. Foi um Dinamarquês que retornou da Itália (Updated: Denmark announces first coronavirus case). Em 22/04/2020 o país registrou 8.108  casos confirmados, Figura 3.




Figura 1. Número de casos confirmados de COVID-19 na Itália, Brasil, Espanha, França, Bélgica e Alemanha de 21/01/2020 até 22/04/2020. Observe o dia em que foi detectado o 1º caso em cada país: Itália, 30/01/20; Brasil, 26/02/20 (não visualizado);  






Figura 2. Número de casos confirmados de COVID-19 na Coréia do Sul, Irã, Suécia, Turquia, Japão e Dinamarca de 21/01/2020 até 22/04/2020.


A Figura 3 exibe a tabela contendo dados epidemiológicos dos 12 países investigados no período de 21/01/2020 até 22/04/2020.




Figura 3. Taxas de mortalidade, número de casos confirmados e número de óbitos pela COVID-19 nos países investigados no período de 21/01/2020 até 22/04/2020. Fonte: COVID-19 Dashboard by the Center - Johns Hopkins University (JHU).


A sequência das figuras de 4 a 15 exibem as curvas de casos confirmados com suas respectivas curvas de morte pela COVID-19 nos 12 países estudados, obedecendo a cronologia dos eventos.

Na figura 4 estão os dados de casos confirmados e óbitos da Itália. Observe que o primeiro óbito ocorre 21 após o primeiro caso. E apenas um intervalo de 2 dias entre o inicio das explosões das duas espirais, de casos e de óbitos. 

Na Figura 5 encontram-se os dados de casos confirmados e óbitos do Brasil. Observe que o primeiro óbito ocorre 19 dias após o primeiro caso. E o intervalo entre o crescimento das duas curvas é de 16 dias, quando ambas as espirais aumentam exponencialmente. 

A Figura 6 encontram-se os dados de casos confirmados e óbitos da Espanha. Observe que o primeiro óbito ocorreu 32 dias após o primeiro caso. A curva de casos permanece horizontal até 22/02/20, e 11 dias depois, a espiral da morte aumenta exponencialmente. 

Na figura 7 estão os dados de casos confirmados e óbitos da França. Observe que o primeiro óbito ocorre 21 dias após o primeiro caso confirmado por COVID-19, em 21/02/20. E por volta do dia 25/02/20, ambas as espirais explodem exponencialmente. 

A Figura 8 encontram-se as curvas da Bélgica de casos confirmados e de óbitos. O primeiro caso de morte ocorre 37 dias após o primeiro caso confirmado de COVID-19. Observa-se também que por 26 dias, do dia 03/02/20 até 29/02/20, o número de caso confirmado ficou em apenas 1. O intervalo entre as duas espirais foi de 13 dias, o qual corresponde os dias que as duas curvas aumentam exponencialmente. 

Na Figura 9 estão as curvas da Alemanha. O primeiro óbito ocorre 44 dias depois do primeiro caso confirmado. A curva de casos confirmados inicialmente aumenta, atinge um patamar e depois volta a crescer. O intervalo entre este segundo crescimento da curva de casos confirmados e a curva de óbitos corresponde a 16 dias. 

A Figura 10 se encontram as curvas de casos confirmados e óbitos da Coréia do Sul. O primeiro óbito ocorre 31 dias após o primeiro caso.  A curva de casos confirmados inicialmente aumenta, atinge um patamar curto e depois volta a crescer. O intervalo entre o segundo crescimento da curva de casos confirmados e o crescimento da curva de óbitos corresponde a 3 dias.

Na figura 11 estão os dados de casos confirmados e óbitos do Irã. Observe que o primeiro óbito ocorre praticamente junto com o primeiro caso, tendo uma diferença de 1 dia o intervalo de crescimento exponencialmente das duas curvas.

A Figura 12 exibe as curvas da Suécia. O primeiro óbito ocorre 41 dias depois do primeiro caso confirmado. A curva de casos confirmados permanece cerca de 24 dias, entre 30/01/20 e 24/02/20,  com apenas 1 caso. O intervalo entre os aumentos exponenciais das curvas de casos confirmados e a curva de óbitos corresponde a 16 dias. 


Na Figura 13 encontram-se os números de casos confirmados e de óbitos na Turquia. Observe que o primeiro óbito ocorreu 6 dias após o primeiro caso. E também foi o intervalo entre as duas espirais. 

A Figura 14 estão as curvas de casos confirmados e óbitos do Japão. O primeiro óbito ocorreu 22 dias após o primeiro caso. E o intervalo entre as duas espirais ficou em 20 dias. 

Na figura 15 estão os dados de casos confirmados e óbitos da Dinamarca. Observe que o primeiro óbito ocorreu 17 dias após o primeiro caso. Neste caso as duas curvas surgem com crescimento exponencial com intervalo de 16 dias. 





Figura 4. Número de casos e óbitos confirmados na Itália, 21/01/20 até 22/04/20. 21 dias separam o primeiro caso confirmado, 30 jan/2020, da primeira morte em solo italiano pela COVID-19, 21 fev/2020.





Figura 5. Número de casos e óbitos confirmados no Brasil, 21/01/20 até 22/04/20. No Brasil o primeiro caso de covid-19 foi no dia 26 de fevereiro, com o primeiro óbito no dia 16 de março de 2020.




Figura 6. Número de casos e óbitos confirmados na Espanha, 21/01/20 até 22/04/20. Observou-se um intervalo de  32  dias (31/jan a 3/mar/20), entre o primeiro caso da Espanha e o primeiro óbito pela covid-19.



Figura 7. Número de casos e óbitos confirmados na França, 21/01/20 até 22/04/20.  O primeiro caso foi em 213/jan/2020 e a primeira morte em 14 de fevereiro de 2020, 22 dias depois.





Figura 8. Número de casos e óbitos confirmados na Bélgica, 21/01/20 até 22/04/20. O primeiro caso ocorreu em 03/fev/20 e o primeiro óbito  em 11 de março/20. Trinta e quatro dias depois.





Figura 9. Número de casos e óbitos confirmados na Alemanha, 21/01/20 até 22/04/20. em 26/jan houve o primeiro caso e a primeira morte foi em  10/mar/20.






Figura 10. Número de casos e óbitos confirmados na Coréia do Sul, 21/01/20 até 22/04/20. Em 21/jan houve o primeiro registro e em  20/fev  de 2020, o primeiro óbito pela covid. 



Figura 11. Número de casos e óbitos confirmados no Irã, 21/01/20 até 22/04/20. Foram registrados  em 18/fev/20 o primeiro caso e a primeira morte.




Figura 12. Número de casos e óbitos confirmados na Suécia,  21/01/20 até 22/04/20. 30/jan/2020, ocorreu o primeiro caso e no dia  a 11/mar de 2020,  a primeira morte.






Figura 13. Número de casos e óbitos confirmados na Turquia, 21/01/20 até 22/04/20. 11 de março foi o registro do primeiro caso, e 17 do mesmo mês o primeiro óbito.





Figura 14.
Número de casos e óbitos confirmados no Japão, 21/01/20 até 22/04/20. No dia 21/ja/2020 ocorre o primeiro caso, e no dia 12/fev/2020 a primeira morte, 22 dias depois.



Figura 15. Número de casos e óbitos confirmados na Dinamarca, 21/01/20 até 22/04/20. No dia 26 de fevereiro de 2020 houve o registro do primeiro caso, e 16 dias depois, 14 de março, a primeira morte por covid. 






DISCUSSÃO

Através das duas primeiras figuras, 1 e 2, foi possível dimensionar graficamente a evolução dos casos nos 12 países. As figuras 1 e 2 revelam o crescimento acelerado da pandemia em cada país, através de curvas semelhantes no aumento de casos, e aqueles que foram atingidos inicialmente, suas curvas iniciam um patamar, conhecido como achatamento da curva. Biologicamente falando, este é o curso de toda epidemia, onde no início o número de susceptíveis é maior do que o de resistentes, do ponto de vista imunológico.

Observando as curvas casos/óbitos dos países, em alguns deles como Itália, Brasil, França, Turquia, Japão e Dinamarca as curvas exibiram um intervalo entre os primeiros casos confirmados e os primeiros óbitos na faixa de 6 a 22 dias. Considerando o período de incubação da COVID-19 está em torno de no máximo 14 dias, sugerindo que estes valores de intervalos estão coerentes com o dado biológico (Lauer et al., 2020). Talvez os períodos que ultrapassaram os 14 dias sejam devido ao tempo de registro nos bancos de dados dos respectivos países.

No entanto, as curvas casos/óbitos da Espanha, Bélgica, Alemanha, Coréia do Sul, Suécia revelam este mesmo intervalo entre 31 e 44 dias. Também se observa nessa s curvas que o número de dias que apenas 1 ou 2 casos permaneceram por foram registrados foram longos, cerca de 25 dias na Espanha, por exemplo. Considerando que a maioria das infeções são assintomáticas na COVID-19 (Day, 2020), pode ser que houve necessidade de um tempo para que o vírus se disseminasse entre a população susceptível para que os primeiros óbitos ocorressem.

A exibição dos principais dados epidemiológicos dos 12 países analisados na Figura 3 permite comparar as taxas de mortalidades, número de casos e óbitos, afim de que possamos comparar estes importantes parâmetros. Por exemplo, nesta figura é possível observar a ordem decrescente do número de casos confirmados dos países investigados: 1o Espanha 208.389; 2o Itália, 189.973; 3o França,  157.125; 4o Alemanha,  150.648; 5o Turquia, 198.674; 6o Irã,  85.996; 7o Brasil, 45.757; 8o Bélgica,  41.889; 9o Suécia, 1.604; 10o Japão, 11.512 ; 11o Coréia do Sul, 10.694 ; e 12o Dinamarca com 8.108. E a ordem decrescente do número de óbitos: 1o Itália,  25.085 ; 2o Espanha, 21.717; 3o França,  21.340; 4o Bélgica,  6.262; 5o Irã, 5.481; 6o Alemanha,  5.250; 7o Brasil,  2.906; 8o Turquia 2.491; 9o Suécia, 1.937; 10o Dinamarca,  384; 11o Japão 299; e 12o Coréia com   238. A Figura 3 também exibe a ordem decrescente da taxa de mortalidade (casos/óbitos). Portanto, estes dados comparados podem auxiliar na compreensão das características epidemiológicas de cada país.

A Itália, por exemplo, apesar de possuir o maior número de óbitos, 25.085, não possui o maior número de casos. Este valor corresponde ao da Espanha, 208.389. Todavia, a taxa de mortalidade da Itália é 13,39%, ao passo que a da Espanha é menor e corresponde a 10,42%. No entanto, a taxa de mortalidade da Espanha por 100.000 habitantes é de 46,48, maior que a da Itália que é de 41,51. Estes valores diferem devido aos conceitos envolvidos nestes cálculos. Percebe-se que morre mais pessoas na Itália, do que na Espanha. Mas observando somente o valor da taxa de mortalidade por 100.000 habitantes, pode-se concluir, erroneamente, que morrem mais pessoas pela COVID-19 na Espanha do que na Itália. Todavia, quando se verifica a taxa de mortalidade (casos/óbitos), o valor maior da Itália corresponde ao maior número de óbitos pela COVID-19. Nesse caso foi observado que mais pessoas morreram na Itália, 25.085, do que na Espanha, 21.717, onde as taxas de mortalidade da Itália, 13,4%, e da Espanha, 10,4% mostram exatamente a magnitude das mortes em cada país. Entretanto, quando analisamos as morte por 100.000 habitantes, a ordem é invertida. A Itália possui um valor menor, 41,51, do que o valor da Espanha, 46,48. Este último parâmetro é calculando em função do tamanho da população, já a taxa de mortalidade é mais simples e direta, no que diz respeito a quantidade de mortes, onde neste cálculo tamanho da população não é levado em conta. Considera-se tão somente numero de mortes num grupo de pessoas. Trata-se de um cálculo de simples de divisão. 

Mas, como veremos a seguir o valor da taxa de mortalidade não dá uma ideia exata da quantidade de pessoas que morreram por uma determinada causa. Portanto, para informar sobre a mortalidade de uma doença, é sempre melhor calcular ambas as taxas, a de mortalidade casos/óbito, e a por 100.000 habitantes para comparações e análises (Figura 3).

Por exemplo, a Suécia ficou em 4o lugar na taxa de mortalidade, 12,10%, e em 9o lugar em número de casos e em óbitos. O valor da taxa de mortalidade chama atenção pela sua alta magnitude, ficando atrás da Bélgica, França e Itália.  Apesar de sua taxa de mortalidade casos/óbitos ser alta, sua taxa de mortalidade por 100.000 é 19,02, e inferior ao da Espanha, 46,48. Ou seja, quando comparamos os número de casos e de óbitos na Suécia com a Espanha, observamos que  os números da Suécia são por volta de 10 vezes menores. Ou seja, a taxa de mortalidade caso/óbito para a Suécia, não traduz a magnitude das mortes, ou mesmo de casos confirmados. Por outro, o acompanhamento da taxa de mortalidade casos/óbitos pode nos informar sobre a decisão do país em adotar o isolamento ou o distanciamento social. Se as autoridades públicas da Suécia se basearem tão somente no número de mortes, e não atentar para estes parâmetros, as taxas de mortalidade, pode chegar a conclusões errôneas, como por exemplo, de que a pandemia pelo SARS-CoV-2 está controlada no país.  O que parece não ser verdade em função das Figura 14, que mostra as duas curvas com tendência de crescimento. 

Ainda sobre a Suécia, quando comparamos suas curvas de casos e óbitos (Figura 14), observamos que houve um intervalo muito grande, 41 dias, entre o primeiro caso e a primeira morte. Talvez este grande intervalo tenha comprometido a análise das autoridades deste país. E consequentemente, a compreensão da gravidade da situação por parte da população. A mídia exibe os suecos mantendo suas atividades normais sem qualquer preocupação com as aglomerações.

As curvas de número de casos e número de óbitos da Itália revelam que as esperais de subida ficaram muito próximas, ou seja, apenas 2 dias separam essas subidas exponenciais. No entanto, houve um intervalo de 21 dias entre o primeiro caso e a primeira morte.  Observa-se, mas um vez, através das notícias amplamente divulgadas na mídia expuseram o comportamento da Itália em desprezar a epidemia, que no dia 11/03/2020 se tornou um pandemia, decretada pela OMS (Coronavirus disease (COVID-2019) situation reports). Todavia, os valores, tanto de casos confirmados, como de óbitos, ambos estavam na ordem de 1.000. Talvez, esse período de 3 semanas entre o primeiro e a subida exponencial das mortes pode ter levado as autoridades de saúde deste país a não adotarem inicialmente o isolamento ou medidas eficazes de contenção deste novo coronavírus. Quando foi realizado, os níveis de mortes diárias atingiram valores alarmantes, 919 mortes em 27/03/2020 por conta da COVID-19 (COVID-19 Coronavirus Pandemic, 2020). No caso específico da Itália, a taxa de mortalidade atingiu patamares elevadíssimos para esta pandemia, ocupando o 3o lugar, com 13,39%, ( Figura 3).

O Brasil ficou em 7o lugar em número de casos e em número de óbitos, 45.757 e 2.906, respectivamente, com a sexta posição na taxa de mortalidade, 6,35%. As curvas de casos confirmados e de óbitos, Figura 5, muito semelhante a da Bélgica, com taxa de mortalidade de 13,95%. Suas curvas de caso e de óbitos estão no início e devem continuar crescendo, aumentando a taxa de mortalidade. Apresentou um intervalo 9 dias, entre o primeiro caso e primeiro óbito. E um intervalo de 6 dias entre a crescente das duas espirais de casos e de óbitos. 

A Espanha ficou em 1o lugar em número de casos, 208.389, e em em 2o lugar quanto ao número de óbitos, 21.717. Até a presente data deste estudo exibe uma taxa de mortalidade de 10,42%. E portanto, ocupa o bloco de taxas mais altas, as acima de 10%, junto com Bélgica, França, Itália e Suécia (Figura 3). As curvas de casos e óbitos da Espanha (Figura 8), se parecem com a da Itália, visualmente e numericamente. Também revelam um intervalo tão longo como o da Itália, entre o primeiro caso de COVID-19 e a primeira morte atribuída a esta doença. Foram 33 dias (Figura 8). Talvez explique as mortes diárias elevadas durante a espiral da curva da morte, atingindo valores em torno de 565 mortes no dia 18 de abril, mesmo a despeito da percepção da população e das autoridades da gravidade da pandemia por este novo coronavírus, através do exemplo italiano, exibindo na mesma ocasião valores altíssimos de óbitos diários, somente no dia 18/04/2020 foram 482 mortes na Itália (COVID-19 Coronavirus Pandemic, 2020). 

A França ficou em 3o lugar em número de casos, 157.125, e em número de óbitos, 21.340, com a segunda taxa de mortalidade mais alta, 13,6%, ficando atrás somente da Bélgica. A curvas de casos confirmados e de óbitos (Figura 9) semelhante a da Itália e da Espanha exibem um intervalo cerca de três semanas, 22 dias, entre o primeiro caso e a primeira morte. E um intervalo de 7 dias entre a crescente das duas espirais de casos e de óbitos. Todavia, estas curvas exibem interrupções de dados e a seguir voltam a crescer, indicando talvez que os dados foram divulgados com atraso. O elevado número de óbitos está muito próximo ao da Itália, 25.085, e ao da Espanha, 21.717. O que parece a principio revelar que, mesmo que a pandemia por este novo coronavírus exibisse números assustadores na Itália, com sua espiral de casos e de morte subindo anterior a estes países, os vizinhos Espanha e França não obtiveram êxito no enfrentamento da Covid-19. 

A Espanha, também, não soube controlar a COVID-19. A espiral da morte da Espanha começa subir em 10/03/20, e a espiral da morte da Itália começa subir em 29/02, 10 dias antes da Espanha. No dia 28/03 ocorre pico na Itália com 889 mortes.  E 6 dias depois no dia 03/04 ocorre pico na Espanha com 961 mortes, Figuras 6 e 8, e (COVID-19 Coronavirus Pandemic, 2020). Antes da subida da espiral de casos, Itália e Espanha exibem intervalos de patamares muito parecidos, Figuras 4 e 6, denotando um atraso na informação da divulgação dos dados. O que pode ter contribuído ainda mais para que as medidas de prevenção eficazes fossem tomadas pelas autoridades de saúde. Por sua vez, na Itália , divulgado amplamente pela mídia, constatou que após o isolamento radical, promovido pelas autoridades, em função dos casos novos e óbitos estarem subindo, tal medida de confinamento obrigatório pode ter sido a causa dos elevadíssimos números de mortes diários crescentes nos períodos de 20/03 a 17/04 (COVID-19 Coronavirus Pandemic, 2020). 

A Bélgica ficou em 8o lugar no número de casos, e em número de óbitos ficou em 4o lugar com a maior taxa de mortalidade, 14,95%. A curvas de casos e de óbitos (Figura 10) exibe um longo intervalo de dias entre o primeiro caso confirmado e o primeiro óbito, 37 dias. E um intervalo de 13 dias entre a crescente das curvas de casos confirmados e de óbitos. Observa-se ainda que durante 26 dias o numero de caso permaneceu em apenas 1 caso, o que pode demonstrar atraso na atualização de casos e óbitos sobre a pandemia neste país, o que pode ter sido um dos fatores que justificam a elevada alta taxa de mortalidade.

A Alemanha é o ultimo país do bloco que possui os maiores valores de casos e de óbitos. Ficou em 4o lugar em números de casos confirmados, e em 6o lugar em números de mortes.  As espirais de casos e óbitos, Figura 9, revelam que o intervalo entre o primeiro caso e primeira morte ficou em 46 dias, sendo que a espiral de casos atingiu um patamar logo no início da subida, permanecendo assim por 21 dias, de 02/02/20 até 23/03/2020, fato que precisa ser melhor compreendido, ou foi por falta atraso de dados, ou alguma medida ou interferência no país. Possivelmente uma segunda onda de COVID-19 neste país. A taxa de mortalidade de 3,5%, 9a posição, Figura 5, denota que este país controlou a pandemia no que concerne aos seus números de óbitos, 5.250 óbitos, mesmo com um elevado numero de casos confirmados, 150.648, Figura 9.

A Coréia do Sul é o país do segundo bloco da Figura 2, que possui os menores valores de casos e de óbitos, 10.694 e 238, respectivamente. Ficou em 12o lugar, o último lugar, em números de casos confirmados, e em números de mortes.  As espirais de casos e óbitos, Figura 10, revelam que o intervalo entre o primeiro caso e primeira morte foi longo, 29 dias, sendo que a espiral de casos atingiu um patamar no início da subida, curva semelhante à da Alemanha nesse aspecto, subindo e achatando pela segunda vez, e estabilizando em torno de 10.000 casos. A curva da morte também subiu, mas logo achatou em torno de 240 óbitos. A Coréia do Sul priorizou realizar testes no maior número de pessoas, e separá-las, o que deve ter contribuído para ambas as curvas fossem rapidamente controladas, comparada a outros países que não o fizeram. Abaixa taxa de mortalidade de 2,2% comprovam tais afirmativas sobre a eficácia das medidas de controle da COVID-19. Parece que o longo tempo entre o primeiro caso e a primeira morte, serviu para que o país se preparasse e tomasse as medidas eficazes contra o novo coronavírus.

O Irã ficou em 6o lugar em número de casos e em 5o em números de óbitos. Sua curva de casos e óbitos é única, diferente de todas as outras, na medida que praticamente não existe intervalo entre as espirais de casos e a de óbitos. Podendo demonstrar falhas em medidas de controle e esclarecimento da população no que concerne à COVID-19, entre outras questões, possivelmente burocráticas. Os números de casos são elevados, atingindo quase 100.000 casos, e o número de morte também é alto, chegando a 5.481 mortes. A taxa de mortalidade chegou a 6,27% quando se passaram 65 dias depois do primeiro caso.

A Turquia ocupa a 5a posição em número de casos e 8o lugar em quantidade de óbitos. Tanto a curva de casos como a curva de óbitos sobem prontamente, quando surgem, com intervalo de 6 dias entre elas, Figura 13. Parece quase repetir a curva do Irã, nesse quesito. A taxa de mortalidade atingiu um valor baixo, comparado aos outros, 2,41%, apesar do grande número de casos.

O Japão ficou nas ultimas colocações, 10o lugar em casos e 11o em óbitos, com taxa de mortalidade de 2,44%. Suas curvas de casos e óbitos sobem como se fossem retas no gráfico semilog, mas atingem valores baixos em ambos os casos. Provavelmente sua cultura de isolamento, uso de máscaras e asseio ao entrar nas moradias, como deixar sapatos do lado de fora, contribuíram para estes números. Sua taxa de mortalidade é uma das menores, ficando acima somente da Coréia do Sul.

Na Dinamarca o primeiro caso foi em 27 de fevereiro de 2020, sendo que a partir de 13 de março a Dinamarca foi um dos primeiros países europeus a introduzir medidas de isolamento.  Houve um aumento do número de pessoas hospitalizadas com COVID-19, mas desde o final de março este número iniciou uma queda. E em meados de abril foi iniciada a reabertura gradual das escolas do ensino do fundamental. Desde então, a Dinamarca tem promovido ações a cada 14 dias, período máximo de incubação da COVID-19, que procuram restabelecer a normalidade do país, ou ao chamado “novo normal”.

CONCLUSÃO

O novo coronavirus, o SARS-CoV-2, agente etiológico da COVID-19, impõe ao mundo uma nova maneira de pensar e agir. Comportamentos e hábitos necessitarão uma padronização mundial pós-pandemia.

O exemplo da Coréia do Sul nos faz aprender um pouco mais. O país realizou uma campanha agressiva para combater o vírus. Disponibilizou todo o seu sistema de saúde para diagnosticar a presença da COVID-19 nos habitantes de áreas críticas do país. A Dinamarca, outro modelo de controle focou na prevenção das cadeias de infecção, onde testes para incluíram pessoas com sintomas leves de COVID-19 e pessoas sem sintomas, mas com alto risco de infecção, a fim de detectar portadores

Estes exemplos nos faz definir um padrão de comportamento para que hospitais não fiquem superlotados, por exemplo se a Itália tivesse promovido o distanciamento social, ao invés do isolamento horizontal, a infecção na população seria subida lenta, e portanto, não colapsando seu sistema de saúde. E ao mesmo tempo a imunidade de grupo seria estabelecida. Fica a lição para o mundo, isolamento social indiscriminado, sem testagem, é diferente do distanciamento social. O primeiro mostrou-se trágico para a humanidade. O isolamento deve ser planejado, como fez a Coréia do Sul. Vertical, isolar somente os vulneráveis, idosos, internados, doenças de base, vulneráveis, baixa imunidade.

Algumas medidas estratégicas devem ser alvos das autoridades de saúde de cada país, como esclarecimento para o isolamento, além de assistência à população que não conseguem se isolar em suas próprias casas; e prevenção da infecção nos contatos próximos nos seus ambientes de trabalho, com normas rígidas  de comportamento. concomitantemente, o sistema de saúde deve estar presente de maneira eficaz, a fim de dirimir normas claras e objetivas, com foco contínuo na redução da propagação da infecção.

Finalmente estes dados de letalidade podem ser alterados até o final da pandemia, por conta do fenômeno  “iceberg” da infecção viral, onde a maioria dos casos são assintomáticos.



REFERENCIAS

 

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XXX



Importante observar que nessa época ainda não havia confirmação das reinfecções e acreditava-se que a pandemia iria desaparecer quando os susceptíveis caíssem; mesmo o SARS-CoV-2 circulando no planeta. Tal esperança não foi confirmada. Esqueceram de fazer a lição sobre os coronavírus, sua biologia, e seu genoma. Esqueceram de outros vírus respiratórios como o rinovírus e vírus influenza que exibem mutações pontuais (antigenic drift), infectando e reinfectando várias vezes o mesmo indivíduo num intervalo de 12 meses. 


No final de 2020, 31 de dezembro, esses 12 países investigados terminariam o ano com as seguintes taxas de mortalidade (veja gráficos abaixo). Talvez estes valores pequenos tenham influenciado muitas ações por partes dos governantes no Brasil e no mundo nessa época.




Um ano depois, em 31 de dezembro de 2021, as taxas continuam na mesma faixa, possuindo o Brasil o maior valor entre os 12 países, cerca de 3%. Veja a seguir:



Hoje, 15 de março de 2021, as taxas de mortalidade estão na faixa de 0 a 2%, sendo que Suécia e Iran apresentam taxas acima de 1%. Os outros dez países não ultrapassam  valor de 1%.Veja gráficos abaixo:



Fonte: https://ourworldindata.org/covid. Acesso 15 mar 2022.


Como mencionado anteriormente, matar 2% no mundo possui impacto maior do que matar 50% numa determinada região, cidade, distrito ou vila. O que, infelizmente, nem mestres da área de microbiologia sabiam em fevereiro de 2020. Mas não podemos culpá-los, tecnicamente falando, porque, como também já mencionado, o Brasil assistiu em um canal aberto, por meio de um programa de grande audiência nas tardes de domingo, as seguintes expressões por parte de "consultores da área de saúde" :

– É só uma "gripezinha" ! Os coronavírus só causam resfriados leves.

E o outro colega profissional, completa:

– Não se preocupem no carnaval com isso, mas não esqueçam da "camisinha" !

Sendo esses conselhos sempre finalizados com um sorriso de quem sabe o que está falando.

Despreparados e amadores que ocupam importantes funções no cenário nacional. Talvez nunca ouviram falar em SARS (2002/2003) e MERS (2012). Particularmente aqui no Brasil, essa postura inicial de profissionais de saúde pode ter contribuído para a finalização de muitas vidas, seja influenciando a sociedade diretamente ou mesmo os nossos governantes.

Não bastasse todo esse "picadeiro trágico", tivemos até governador afastado do seu cargo, como ocorreu no Estado do Rio de Janeiro, por conta  de desvios recebidos para a covid que, "hediondamente", foram desviados para fins nada humanitários. 

Não há palavras para descrever tais acontecimentos nesses últimos dois anos. O que vivenciamos hoje? 

Resposta =

"ESTÁ  TUDO COMO DANTES  NO QUARTEL DE ABRANTES"


O da "gripezinha" continua orientando a incauta população brasileira. O da "camisinha" ora solicitado para falar de saúde por outra emissora de canal aberto, ora esclarece a população sobre saúde num canal próprio na internet. Ah! Ia me esquecendo. O professor da área de saúde? Continua ministrando aulas para os futuros profissionais de saúde do meu Brasil Varonil*  numa universidade em algum lugar não muito distante na Galaxia.


* Como se referia à nação a personagem do querido comediante Jorge Loredo, 1925-2015, o alegre conquistador e sábio contagiante Zé Bonitinho


FIM



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Imagem esquemática do SARS-CoV-2 exibindo a espícula glicoproteica S

Imagem esquemática do SARS-CoV-2 exibindo a  espícula glicoproteica S
Ela é responsável pelo fenômeno de adsorção, a ligação do vírus à célula, e portanto, pelo início da infecção viral. O SARS-CoV-2 se liga às células através de um receptor, a enzima conversora de angiotensina 2 (ACE2), presente nas superfícies de células do pulmão, do intestino, do rim, e de vasos sanguíneos. Imagem: https://www.scientificanimations.com/C&EN/Shutterstock.

Imagem esquemática do SARS-CoV-2.

Imagem esquemática do SARS-CoV-2.
Observe receptor presente na célula [ACE2] que se liga à proteína S. Human cell = célula humana; Glycoprotein = glicoproteína. Imagem: https://www.scientificanimations.com/C&EN/Shutterstock.

SARS-CoV-2 iniciando o processo de infecção.

SARS-CoV-2 iniciando o processo de infecção.
Fenômeno de adsorção - quando o vírus "toca" a célula com "segundas intenções". A menor quantidade de receptores ACE-2 nas células das crianças explicaria o fato desta faixa etária ser menor atingida por este novo coronavírus.