Covid-19: Brasil 300 mil óbitos! Como frear a curva da morte?

Brasil chega a marca de 300 mil vidas ceifadas pelo SARS-CoV-2 e suas variantes. Pergunta-se: Como parar a escalada da morte? Como parar a foice da morte?


Figura 1https://covid.saude.gov.br/ Acesso 25/03/21.


Tudo indica que nossas autoridades calcularam mal a situação. Talvez digam: - Não esperávamos que chegaria a este ponto.

O pânico, depois de 1 ano de pandemia toma conta novamente das pessoas aqui no Brasil. Os números diários de morte são assustadores. Pessoas cancelam qualquer atividade que pode ser adiada, como como uma consulta ao dentista que pode aguardar  mais algumas semanas.

Quem errou? Quando? 

Estamos sempre procurando a quem responsabilizar por infortúnios pessoais e coletivos.

Talvez, se alguém responder: - Todos. Estaria sendo mais fiel ao momento trágico pelo qual o país atravessa. Parece que somente uma única pessoa não irá resolver este caos sanitário.

Depois do "covidão" - desvio dos recursos liberados para a pandemia, aconteceu mais um descalabro, homem armado, rouba 98 doses da Coronavac®. 

Vale lembrar que essas vacinas roubadas, muito certamente, perderão sua eficácia, por se manterem fora da temperatura de preservação. Ou seja, um crime extenso – o roubo em si; o roubo de um produto biológico ligado a uma crise sanitária mundial; a perda de doses do produto em questão na atual pandemia; a receptação de roubo, e o estelionato biológico, ou seja, o incauto que comprar essas doses estará sendo ludibriado, mercadoria sem funcionalidade. 


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Enviamos para publicação em revista científica, recentemente,  trabalho mostrando de maneira simples, através de cálculos estatísticos, números impressionantes do contagio entre jogadores do Campeonato Brasileiro de futebol masculino em 2020. Após publicação iremos divulgar.


Vale observar ainda que mais de 87% dos casos confirmados se recuperam, e a letalidade se estabilizou em 2,5%. 



Mas como parar tudo isso?


Parece improvável que alguém tenha a resposta tão perseguida. Mas com certeza, nesse momento podemos juntos acordar, e ainda há tempo, onde por exemplo, cada um pode cuidar do outro. Uma força tarefa, constituída por pessoas da sociedade, voluntários, como nos jogos olímpicos do Rio de Janeiro, com todas as medidas de contenção da disseminação da partícula do novo coronavírus e variantes, atuando nos supermercados, entrada de ônibus, igrejas, escolas e universidades no sentido de disciplinar as pessoas, regulando a quantidade de pessoas dentro de um ônibus, supermercados, por exemplo. Creio que a maioria deve vencer esse estado de tensão social. Devemos vencer os rebeldes pelo cansaço, pela lembrança exaustiva do seu papel na sociedade. Tudo isso sem o lockdown. Se esconder debaixo da cama não irá resolver a crise. Além da distribuição de máscaras, como nas campanhas de combate à Aids. Forças pontuais das autoridades de segurança devem estar no comando. Nas universidades e escolas pode ser fazer um rodízio de cursos ou mesmo de turmas. O tempo que a imprensa utiliza para divulgar as dificuldades, sabemos que existem, devem fazer uma campanha maciça sobre o comportamento nos ambientes. Não podemos viver num  mundo antigo, onde esperamos que as autoridades nos protejam de nós mesmos. A pessoa deve ser responsável por sua segurança quando atravessa uma rua. Deve olhar para os dois lados da via.

Aliado a tudo isso, esperamos um milagre, o qual pode ser:

a) O número de casos caírem; b) Assim como surgiu, desapareça, e seja substituída por variações antigênicas com menores índices de mortalidade e internações, ou seja, que as novas variantes estejam associadas a uma menor gravidade da doença; e que c) As vacinas cumpram o seu papel, o de nos proteger, por um período satisfatório, imunológicamente falando.

Nesse momento estados aqui no Brasil endurecem as medidas de mobilidade social, com toques de recolher, e agora alguns estados irão fazer um feriado prolongado na próxima semana, 10 dias a partir de sexta, 26/03/21. Toda a próxima semana será decretada feriado por alguns governadores. No Rio de Janeiro é chamado de "Feriado Sanitário". Estes utilizam a frase: – Precisamos fazer um esforço final. Ao que me parece ainda não entenderam a biologia desse novo coronavírus. Tudo indica que subestimaram o SARS-CoV-2 (TODOS!) e continuamos fazendo. Não há espaço para esse discurso de esforço final, e sim medidas contínuas nos próximos anos ou décadas deverão ser programadas para que a população compreenda com o quê estamos lidando. Esses vírus respiratórios não surgem e desaparecem na névoa. Veja o exemplo do vírus influenza desde o primeiro registro de 1918, na gripe espanhola, a Mãe de todas as pandemias. Por favor, considerem o surgimento de outras variantes ainda mais transmissíveis e agressivas à nossa espécie. Como diz o ditado popular: - O seguro morreu de velho!

Todavia, enfrentemos a possível nova realidade: Conviver com estas cepas de coronavírus. E enfrentá-las com inteligência e união. 




Figura 2. Número de óbitos diários no Brasil desde o primeiro registro de morte na pandemia. Observe que a curva pode cair abruptamente ou manter um patamar por algumas semanas ou meses e depois cair, como no início da pandemia. Chama a nossa atenção que durante meses algo a sustentou e após as eleições aqui no Brasil, e festas de fim de ano, vem aumentando. Depois do período do carnaval a curva exibiu um aumento mais acentuado, mesmo cancelado oficialmente.

FonteCOVID-19 Dashboard by the Center for Systems Science and Engineering at Johns Hopkins University. https://gisanddata.maps.arcgis.com/apps/opsdashboard/index.html#/bda7594740fd40299423467b48e9ecf6 Acesso 26/03/21.


"Sem lockdown, sem as sequelas de um isolamento a cada onda de pânico"



Fontes:


https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2021/03/24/homens-armados-roubam-vacinas-contra-a-covid-19-em-ubs-na-zona-sul-de-sp.ghtml Acesso 25/03/2021.


https://oglobo.globo.com/sociedade/feriado-em-sp-que-pode-o-que-nao-pode-funcionar-na-cidade-nos-proximos-10-dias-24941163 Acesso 25/03/21.


https://paraiba.pb.gov.br/noticias/governo-publica-medida-provisoria-e-antecipa-feriados-para-evitar-maior-propagacao-da-covid-19-na-paraiba Acesso 25/03/21.


https://www.dicionarioinformal.com.br/o+seguro+morreu+de+velho/ Acesso 25/03/21.


https://saude.abril.com.br/blog/cientistas-explicam/gripe-espanhola-100-anos-da-mae-das-pandemias/ Acesso 25/03/21.



Atualizado em 28/03 e 29/03/21


A campanha de vacinação na Inglaterra e o longo lockdown do país estão mostrando resultados agora. Houve decréscimo nos casos confirmados, nas internações e nos óbitos pela COVID-19. Pela primeira vez, em 6 meses, a cidade de Londres não registra óbito pela Covid-19.

Existe um sentimento de grande esperança, no entanto, todos estão precavidos contra as variantes genéticas do novo coronavírus.



Fontes:

https://oglobo.globo.com/mundo/campeoes-da-vacina-como-reino-unido-israel-ainda-encaram-restricoes-duradouras-contra-covid-19-1-24945132 Acesso 29/03/21.


https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/2021/03/29/londres-nao-registra-morte-por-covid-19-pela-primeira-vez-em-6-meses Acesso 29/03/21.





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Imagem esquemática do SARS-CoV-2 exibindo a espícula glicoproteica S

Imagem esquemática do SARS-CoV-2 exibindo a  espícula glicoproteica S
Ela é responsável pelo fenômeno de adsorção, a ligação do vírus à célula, e portanto, pelo início da infecção viral. O SARS-CoV-2 se liga às células através de um receptor, a enzima conversora de angiotensina 2 (ACE2), presente nas superfícies de células do pulmão, do intestino, do rim, e de vasos sanguíneos. Imagem: https://www.scientificanimations.com/C&EN/Shutterstock.

Imagem esquemática do SARS-CoV-2.

Imagem esquemática do SARS-CoV-2.
Observe receptor presente na célula [ACE2] que se liga à proteína S. Human cell = célula humana; Glycoprotein = glicoproteína. Imagem: https://www.scientificanimations.com/C&EN/Shutterstock.

SARS-CoV-2 iniciando o processo de infecção.

SARS-CoV-2 iniciando o processo de infecção.
Fenômeno de adsorção - quando o vírus "toca" a célula com "segundas intenções". A menor quantidade de receptores ACE-2 nas células das crianças explicaria o fato desta faixa etária ser menor atingida por este novo coronavírus.