DIA "D" DA MINHA VACINAÇÃO COVID-19 – "D" DAY OF MY COVID-19 VACCINATION Oxford/Astrazeneca/Fiocruz

Hoje compareci ao posto Drive–Thru para cumprir o dever social:  Me proteger, proteger a minha Família e proteger o meu semelhante. 

Posto de vacinação no bairro do Bessa na cidade de João Pessoa, Paraíba Brasil. 06/05/2021. Frasco da Vacina Emergencial da Oxford/Astrazeneca, envasada pela Fiocruz/Bio-Manguinhos, Rio de Janeiro. Arquivo pessoal.

Vista de frente do Frasco da Vacina Emergencial da Oxford/Astrazeneca, envasada pela Fiocruz/Bio-Manguinhos, Rio de Janeiro. O frasco contém 5 doses da vacina. Observe a temperatura de armazenamento para que o imunobiológico permaneça ativo [faixa de 2 ºC  a 8 ºC]. Arquivo pessoal.

A Fiocruz divulgou uma nota no dia 08/04/21 sobre efeitos raros de coágulos sanguíneos associados à baixa contagem de plaquetas.

Continua: os benefícios são enormes. Somente com a primeira dose, cerca de 30 dias depois, a efetividade alcançou 94% para os que necessitaram de hospitalizações. Exibindo assim um alto nível de proteção contra as manifestações clínicas mais graves.

Portanto, deixar de tomar essa vacina, representa uma temeridade pessoal e coletiva, epidemiológicamente falando.

Início da aplicação. Por volta das 13:00h.

Fim da aplicação - todo o líquido vacinal injetado!

Aplicação correta - Parabéns à Agente de Saúde!

Cartão de Vacina Covid-19. Segundo orientações, próxima dose daqui há 90 dias!

• 17:23h Observo um leve inchaço na região, apresentando também uma dor localizada independente de "tocar" ou não,  e que irradia para baixo, quando movimento o braço. Todavia, trata-se de uma dor que não causa qualquer incomodo.  Sem febre.
• 19:48 Minha pressão arterial subiu, fiz uso do captopril, 25 mg, caiu para 17x9. Coloquei outro debaixo da língua. Procuro manter a manter a calma, mas muito desconfortável a situação. Nunca atingiu um valor tão alto. Oxímetro marcando 98% SpO2 e 115 bmp.
• 22:38 para controlar a pressão que recuou para 15x9, já ingeri 4 comprimidos de captopril e 2 atenolol de 25mg.
• 4:00 (dia 07/05) da manhã ainda com desconforto, ingeri mais 1 comprimido de captopril.
• 5:55 (dia 07/05) Pressão 13,5x9, ainda com desconforto. Essa não é a minha pressão arterial, que fica em torno de 12x8. Outros sintomas também se apresentaram ontem, dia 06/05, como diarreia (3 episódios), face avermelhada e quente, e um mal estar no corpo, além de fraqueza nas pernas. A sensação desse mal estar é extremamente desagradável, você precisa manter a calma. Em alguns momentos foi como se "sentisse" a circulação dos vasos sanguíneos nas extremidades dos braços. Um tipo de sensibilidade a qual nunca experienciei. Me lembrei do Peter Parker quando foi mordido por uma aranha radiativa. Não sei descrever. Apenas jantei por volta das 18:40h e até o presente momento só água, captopril e atelonol para controlar a pressão. Sempre faço um lanche antes de dormir, coisa que não fiz ontem, 06/05. Tô com fome!
• 07/05 – 11:17 Pressão arterial controlada com 50 mg de atelonol desde 8h da manhã. Eu e minha esposa estamos com dor de cabeça frontal atingindo os olhos (dor retroorbital). Ela também apresenta taquicardia, 120 bpm desde 10h da manhã.
• 07/05 – 12:43 minha esposa reclama agora de dores nas juntas e no corpo. Na articulação do pescoço, no abdômen  e nas costas. Ao contrário, com exceção da dor e inchaço local leves, não sinto mais nada. Pressão arterial normal.
• 07/05 – 17:57 Tudo agora normalizado. Somente a minha esposa necessitou utilizar a dipirona. Rumo à 2ª DOSE!

Nada agradável o que passei 6h após ser inoculado com a vacina da Astrazeneca/Oxford. A boa noticia é que minha esposa, 49, também tomou a vacina e nada sentiu (até ontem, 06/05). Isso nos encoraja a tomar a 2ª dose daqui há 90 dias. Entretanto, ela ficou muito nervosa com as minhas reações e me pediu que não tomasse a 2ª dose. Vou consultar o cardiologista e reavaliar essa decisão. Fonte da imagem de fundo: Google imagens.

A vacina recombinante, como é chamada pela Fiocruz, utiliza adenovírus* de primatas não-humanos, chimpanzés, que não são multiplicados dentro do nosso corpo quando inoculados. A informação genética para a replicação do vírus foi retirada. No entanto, carreia o DNA da espícula proteica S, ou proteína S do novo coronavírus. Ela é baseada em instruções genéticas para as nossas células construírem a proteína S. Mas, diferente da Pfizer e da Moderna, as quais utilizam moléculas de RNA, a da AstraZeneca utiliza  DNA.

Logo após que a vacina é inoculada, o adenovírus se liga às células, é internalizado (entra na célula), se dirige ao núcleo da célula, o material genético da proteína S é "jogado" para dentro do núcleo, e assim é iniciado o processo de leitura desse material, a transcrição. Esse DNA é convertido à RNAm (moléculas de RNA mensageiros), onde se iniciará a tradução, ou seja, a fabricação da proteína S. Aliás, várias cópias serão produzidas. Agora, essa proteína S, ou espícula glicoproteína, será quebrada em fragmentos e os pedaços da espícula serão expostos na superfície da membrana plasmática (membrana que reveste a célula). A partir daí o sistema imune reconhece a célula infectada com esses pedaços da S, e assim inicia-se uma reposta imune de defesa específica contra a proteína S através da produção de anticorpos e células direcionados contra o novo coronavírus, figura abaixo.

Observe que o anticorpo, as imunoglobulinas, estão se ligando à proteína S do novo coronavírus. Dessa forma, ela não irá interagir com a nossa célula, ou seja, se ligar a nossa célula, e assim não haverá infecção, nem tampouco doença. 

Imagem de microscopia eletrônica do coronavírus humano, o SARS-CoV. Muito semelhante com a morfologia do SARS-CoV-2. Observe as espículas protéicas S ancoradas no envelope viral (parecem "pelinhos" grudados) e compare com a imagem esquemática acima. São nesses "pelinhos" que ocorre a ligação com os anticorpos e a conseqüente neutralização dos vírus. 

Fonte: Medical Virology: Fenner and White’s. Fifth Edition. Academic Press; Chapter 31. Coronaviruses. Page 439. 5^th  Edition (January, 2017).

Enfim, esses adenovírus recombinantes são reconhecidos como “estranhos” por nosso sistema de defesa, e a partir daí produzimos uma resposta imune traduzida em anticorpos contra o SARS-CoV-2, as imunoglobulinas. Essas moléculas irão se ligar ao vírus, impedindo sua ligação as nossas células, e portanto, evitando a infecção e consequentemente a doença, a Covid-19.

* Os adenovirus estão associados à diarreia em nossa espécie e a um quadro clássico de conjuntivite observado nos verões cariocas.

Atualizado em 11/05/2021

Ministério da Saúde interrompe a administração da AstraZeneca/Oxford em gestantes e puérperas. Ainda não foi decidido sobre a  2a dose para aquelas que já tomaram a primeira. A medida foi após a morte de uma grávida no Rio de Janeiro com AVC.

Atualizado em 13/05/2021.

Enquanto isso, a Europa prepara um Certificado de Imunização Digital para a livre circulação nos países. Alguns lugares só podem se  frequentados por pessoas já vacinadas.

Cervejaria em Copenhagen só permite entrada de clientes imunizados. Euronews.com

Em 23/08/2021

Retornei ao posto para a 2a dose do imunizante da Astrazeneca hoje, segunda-feira.

A vacina recombinante, como é chamada pela Fiocruz, utiliza adenovírus* de primatas não-humanos, chimpanzés, que não são multiplicados dentro do nosso corpo quando inoculados. A informação genética para a replicação do vírus foi retirada. No entanto, carreia o DNA da espícula proteica S, ou proteína S do novo coronavírus.

Apontar! Preparar!

E finalmente o BATMAN é vacinado!

Em tempo:

Hoje, 24/08/2021, 7:31h. Desde ontem tomo vários comprimidos de Atelonol e Captopril para controlar a pressão arterial após algumas horas da aplicação da vacina. Foram 6 comprimidos de 25 mg de atelonol e 5  de captopril de 25 mg. Novamente, por conta do aumento da pressão, senti muito desconforto no corpo (fraqueza nas pernas) e na região do tórax (incomodo suportável). Fui dormir por volta de 2:00 da madrugada deste dia, o que após algumas horas acordei, de maneira que permaneci acordado entre 4 e 5 da madrugada por conta de tal alteração (em 24/08/2021). Vale ressaltar que controlo minha pressão através de 1 comp. de atelonol de 25 mg/dia  e de uma dieta com baixa quantidade de NaCl; e venho há meses sem nenhum sintoma digno de nota. O último registro foi quando da 1a dose da Astrazeneca. Na construção do texto, a pressão arterial detectada foi de 121x78 com 65 batimentos/minuto. 

Como virologista, professor de Microbiologia e cidadão cumpri minha parte. Não poderia deixar de relatar todos esses episódios por mim passados nesses dois dias desagradáveis.

Pessoalmente, espero que este imunizante experimental cumpra sua parte em mim, caso precise; e também na população mundial.

Desculpem se a forma como explicitei os fatos foi sem sentido ou desnecessária. Vc é livre para tirar suas próprias conclusões. Mas é que são 30 anos estudando o assunto, e pode ser que eu tenha contribuído com alguém ou com o registro da atual pandemia. Pense nisso antes de criticar de maneira tola!

Quanto aos demais:

– Prezados, Obg pela paciência.

Doses da AstraZeneca fabricadas pela Fundação Oswaldo Cruz.

Fontes para o texto e imagens: 

1. https://portal.fiocruz.br/noticia/fiocruz-esclarece-sobre-possivel-evento-adverso-de-vacina Acesso 07/05/21.

2. https://www.nytimes.com/interactive/2020/health/oxford-astrazeneca-covid-19-vaccine.html Acesso 07/05/21.

3. https://www.cnnbrasil.com.br/saude/2021/05/10/saude-vai-apurar-se-vacina-de-oxford-pode-ter-causado-trombose-em-gravida Acesso 11/07/21.