Método de Avaliação ou Punição? Method of Evaluation or Punishment?
Educação
EM CONSTRUÇÃO
Prof. Marcelo Moreno
Na guerra do vestibular, estudantes fazem prova até na arquibancada do Maracanã. Cenário horrendo que o jovens da época eram submetidos. As sequelas dessa geração devem ter sido as responsáveis por muitas atitudes inconcebíveis realizadas por eles nas décadas vindouras. Entre elas, a famosa "decoreba" incentivada por esses futuros profissionais. Verdadeiras aberrações acadêmicas que fazem discípulos até os nossos dias.
Nos anos 70, o teste unificado da Fundação Cesgranrio chegou a reunir milhares de alunos em estádios. Estresse e fraudes também marcaram exame de acesso à universidade, obrigatório desde 1911.
As relações entre alunos e professores parecem caminhar para aqueles que se mantêm através de dominadores e dominados, "jogando" nossos aprendizes numa situação de patente subserviência em função de notas, por exemplo.
Tão logo finaliza este estado relacional, quando os alunos são aprovados no curso ou na disciplina, não resta qualquer tipo de relação acadêmica ou social, muitas das vezes. Toda regra há exceção.
Por outro lado, algumas questões devem ser prioritárias nos métodos de avaliação. Por exemplo, diagnosticar o que aluno sabe, e não tão somente aquilo que ele não sabe.
Neste sentido, o professor Marcelo Moreno estabelece um método avaliativo quando a nota é gerada por diferentes habilidades e não está fundamentada no absolutamente no conteudismo. Completa:
- Procuro fazer provas contextualizadas com a realidade do aluno e do que está acontecendo em sua cidade ou no mundo, naquele momento. Aprendi muito com os vestibulares da Fundação Cesgranrio. Como sou professor de química, licenciado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, minhas análises são das provas de química. Pra mim, são verdadeiras obras de artes, aquelas provas dos vestibulares dos anos de 1970 e 1980. Veja abaixo as provas de 1982 e 1983 divulgadas no Jornal O Globo, na ocasião.
Voltando à questão sobre avaliações:
- Não se trata de "trabalhinhos" ou "seminários" para aumentar a nota final do aluno.
- Minha experiencia em sala de aula revela que o fato do professor apresentar a aula mais recheada de informações, o aluno não precisa de forma sistemática gravar todas as informações, semelhantes a um arquivo gravado no HD, e posteriormente, exportá-la para o papel na hora da prova com seus mínimos detalhes. Mas que após o termino da aula, num passar de semanas, a informação é apagada, idêntico ao que ocorre com as memórias RAM de um PC que são ocupadas temporariamente. É preciso que as informações fiquem no HD permanente do ser. Para isso, o processo de ensino deve se valer de métodos que "emocionem" os alunos, visto que experiências sem emoções não ficam registradas em nossas mentes. Ou seja, uma aula "fria" onde o aluno não se veja nela, não toma participação, ou mesmo não compreenda sua utilidade em suas relações cotidianas, de nada vale, pouco ficando retido na mente do jovem padawan. É tão somente acúmulo de informações que o próprio cérebro se encarrega de remover para a lixeira.
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