2.000.000 DE CASOS CONFIRMADOS NO MUNDO! HIDROXICLOROQUINA e Annita®? O que fazer?

Após 34 dias da OMS ter declarado o estado de pandemia pela COVID-19, o mundo alcança a marca de mais de 2 milhões de casos confirmados pelo novo coronavírus, o SARS-CoV-2.





Fonte: euronews.com 15/04/2020.



A Dinamarca é o primeiro país da Europa a retornar às aulas para as crianças. São 299 mortes até agora, com 14 óbitos nas últimas 24 horas. No mesmo intervalo a China registrou 1 óbito.

Enquanto isso, aqui no Brasil, a curva de óbito experimentou uma subida hoje, 15/04. Veja seta na figura abaixo. Nas últimas 24 horas morreram 204 pessoas pelo novo coronavírus no país. O total de mortes até agora no Brasil é de 1.736.



A figura exibe a parte final da curva de óbito de 4 países: Itália, Espanha, França e Brasil. 
Fonte: arquivo pessoal. Dados de 15/04/2020 19:30 PM.



Fique atento aos sintomas e às medidas de proteção, como o uso das máscaras, bem como o seu correto manuseio. 
Além de manter distância segura entre as pessoas e lavagem das mãos com frequência, evitando tocar olhos e boca, ou mesmo a parte interna da máscara. Muito provavelmente, o mundo não abandonará mais esta barreira de proteção facial.

Os sintomas gerais são: febre, às vezes sem tosse, perda de olfato e paladar, dor no corpo, congestão nasal, o nariz "entupido", que pode ser acompanhado de dor de garganta e diarréia, ou não.

Entre outros medicamentos, alguns pacientes internados e confirmados com COVID-19, estão sendo submetidos ao tratamento com azitromicina e a hidroxicloroquina.

Um provável mecanismo da cloroquina e do Annita®, a nitazoxanida, pode ser devido à presença de átomos de N (nitrogênio) em suas estruturas.  Os pares de elétrons livres desses átomos fazem com que a hidroxicloroquina funcione como uma base de Lewis, doadora de pares eletrônicos, e portanto, acarretaria o aumento do pH no vacúolo endossomal, uma espécie de "balão" dentro da célula que permite que o vírus lance seu material genético dentro dela. Este "balão" precisa ter pH baixo para que isto ocorra. Como ambas as moléculas possuem natureza básica, pH alto, a infecção viral acaba sendo abortada. O processo inibido durante a multiplicação viral é chamado de desnudamento viral (exposição do genoma viral dentro da célula). Assim, as etapas seguintes da infecção celular, e consequente produção de novas partículas virais não ocorreriam.  Ou seja, o vírus entra na célula, mas não consegue seu objetivo maior, ser replicado, multiplicado por ela. Logo, a célula é poupada e o corpo também. E o mundo agradece.

A nitazoxanida também inibe a multiplicação  de outros vírus, como o vírus sincicial respiratório, o parainfluenza, o norovírus, o vírus da hepatite B, o vírus da  dengue e da febre amarela, o vírus da encefalite japonesa e o vírus da imunodeficiência humana em  cultura de células.




Fórmula plana estrutural da hidroxicloroquina.





Fórmula plana estrutural do Annita® - nitazoxanida*. 
Este medicamento já é usado para tratar infecções pelos rotavírus, principal agente viral causador da diarreia infantil (gastroenterites virais). 



* Já estabelecido que este medicamento reduz a gravidade da diarreia e consequentemente o tempo de hospitalização dos pacientes.






Embalagens comerciais disponíveis nas farmácias brasileiras.








Fonte da imagem: Modificado de SARS — BEGINNING TO UNDERSTAND A NEW VIRUS. Nature Reviews. Microbiology, Vol I, December 2003, page 209. 

Após o fenômeno de adsorção, o contato do vírus com a célula, a partícula viral  é endocitada (entrada do vírus - ele é "comido" pela célula em vesículas [balões]), e o material genético do vírus é liberado para dentro da célula,  através da fusão do envelope viral (capa do vírus) com a membrana dessa vesícula endossomal [balões]. Essa fusão é dependente de um baixo pH. E é justamente essa etapa que a hidroxicloroquina e o Annita® parecem inibir. Consequentemente, não haverá produção de partículas virais pelas células, e não haverá liberação de novos vírions (partículas infecciosas). Caso haja manifestações clínicas, deverão ser mais brandas. 

Todavia, estes medicamentos, cloroquina e nitazoxanida, precisam ser avaliados  pelo Ministério da Saúde e órgãos competentes, a fim de que possa ser  comprovada a eficácia no tratamento da Covid-19. Até a presente data não existem dados para a sua aprovação. É necessário que estudos clínicos sejam realizados. A conseqüência da automedicação pode se fatal. Procure assistência com o seu médico. Nesse momento, ele é a pessoa mais indicada para orientar as pessoas acometidas com a covid.


Postagem em vídeo:

https://www.youtube.com/watch?v=fvIVuWknwaw&t=31s 

REFERÊNCIA

1. https://viralzone.expasy.org/9078 Acesso 13/04/2020.

2. euronews.com Acesso 15/04/2020.

3.  Jean-François Rossignol. Nitazoxanide: A first-in-class broad-spectrum antiviral agent. https://doi.org/10.1016/j.antiviral.2014.07.014. (2014).









Comentários

Imagem esquemática do SARS-CoV-2 exibindo a espícula glicoproteica S

Imagem esquemática do SARS-CoV-2 exibindo a  espícula glicoproteica S
Ela é responsável pelo fenômeno de adsorção, a ligação do vírus à célula, e portanto, pelo início da infecção viral. O SARS-CoV-2 se liga às células através de um receptor, a enzima conversora de angiotensina 2 (ACE2), presente nas superfícies de células do pulmão, do intestino, do rim, e de vasos sanguíneos. Imagem: https://www.scientificanimations.com/C&EN/Shutterstock.

Imagem esquemática do SARS-CoV-2.

Imagem esquemática do SARS-CoV-2.
Observe receptor presente na célula [ACE2] que se liga à proteína S. Human cell = célula humana; Glycoprotein = glicoproteína. Imagem: https://www.scientificanimations.com/C&EN/Shutterstock.

SARS-CoV-2 iniciando o processo de infecção.

SARS-CoV-2 iniciando o processo de infecção.
Fenômeno de adsorção - quando o vírus "toca" a célula com "segundas intenções". A menor quantidade de receptores ACE-2 nas células das crianças explicaria o fato desta faixa etária ser menor atingida por este novo coronavírus.