COVID-19 - II CURSO DE CAPACITAÇÃO EM MICROBIOLOGIA PARA PROFESSORES DO ENSINO MÉDIO


Em plena pandemia desencadeada pelo novo coronavírus, o SARS-CoV-2,  iniciamos em março de 2020 o segundo curso de capacitação em microbiologia na Universidade Federal da Paraíba. Mais uma vez temos a felicidade de trabalharmos com os os colegas do ensino médio.

Nossa proposta é essencialmente  oferecer aqueles que estão há alguns anos fora da universidade, no que diz respeito ao Laboratório de Microbiologia, a oportunidade deste reencontro acadêmico. Ao mesmo tempo, permitir aos colegas que atuam não somente no ensino médio, mas também no ensino superior, contato com uma outra instituição de ensino.

Neste intuito, espera-se que os cursistas envolvidos, professores da rede pública e/ou privada, que atuam no ensino de Biologia e/ou Ciências, possam desenvolver projetos na área da Microbiologia a serem aplicados juntos aos seus alunos.

Enfim, o principal objetivo do curso é capacitar os professores, laboratorialmente falando, para que possam influenciar seus alunos a não serem tão somente conhecedores do assunto, via livros ou outras fontes, mas profissionais que saibam conduzir suas atividades com segurança dentro de um laboratório de microbiologia. Atitudes estas, observadas por mim, tão escassas nos dias atuais, início do século XXI.

Ainda não sabemos com precisão. Mas teria sido a pandemia por este novo coronavírus, iniciada, exatamente, por esta questão? 

No primeiro curso em 2019 a proposta foi a realização de 3 atividades teóricas, mais 2 práticas e no final os professores apresentaram um pré-projeto, semelhante a um relatório, onde os colegas além de produzirem material para posterior aplicação em seus locais de ensino, contribuíram com criticas e sugestões para a continuação do curso de capacitação. 

Neste II curso iremos ampliar as atividades teóricas e praticas. Serão 3 atividades teóricas de microbiologia geral, mais 3 práticas, e a princípio, 3 atividades teóricas de Virologia ou mais. Esta última introdução se deve ao quadro global da COVID-19. No final do curso os colegas entregarão um relatório final, semelhante ao que ocorreu no ano de 2019.

Por conta do isolamento, e em função da campanha #FiqueEmCasa,  todas as atividades do curso estão sendo realizadas no esquema  "Trabalhe no Lar!". Tão logo termine esse distanciamento social forçado, daremos início às atividades práticas.

Neste ano incluiremos na capacitação um mini-curso de virologia em 5 aulas, incluindo 1 aula prática, envolvendo um teste rápido para detecção de antígenos virais, além de todo fundamento teórico sobre esta prática. Abordaremos a COVID-19, com ênfase nos aspectos genéticos e epidemiológicos, como Ro, tempo de dobramento e aplicação dos modelos  SIR Model e SEIR, onde este último introduz o número de "expostos".


Abaixo, imagens dos professores inscritos, realizando as tarefas em suas casas, e a do monitor, Eduardo, aluno do curso de  Farmácia da Universidade Federal da Paraíba.


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Profa. Tatyanne Mendonça. Professora de Biologia no Colégio Estadual João Caetano no município de  Bayeux-PB, Brasil.






Prof. Samuel Lima. Professor de Biologia no Colégio Estadual Tancredo Neves no município de  Bayeux-PB, Brasil.







 1a atividade sobre documentário marco na história da nova disciplina, a bacteriologia.








Profa. Tatyanne Mendonça. Professora de Biologia no Colégio Estadual João Caetano no município de  Bayeux-PB, Brasil.









Profa. Kedma Mendonça, Professora de Biologia no CEEA Sequicentenário em João Pessoa, Paraíba - Brazil.




Profa. Newcélia, Professora de Biologia  em João Pessoa, Paraíba - Brazil.




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A professora Tatyanne relata abaixo sobre sua atividade, justamente relacionando o caso clássico da portadora de Salmonella typhi, a cozinheira irlandesa intitulada na época de "Maria Tifóide", com a Nova Ciência, a Bacteriologia de Koch e Pasteur.



"Olá professor Marcelo! Acabei de assistir ao documentário sobre Pasteur e Koch. E só depois de assistir é que consigo entender o seu questionamento: *Qual a pertinência da atividade com a bacteriologia?* Pois, para lhe ser sincera, antes de assistir ao documentário, eu estava perdida na escala temporal do acontecido com Mary Mallon e as contribuições de Pasteur e Koch...
*Então, vamos lá para a resposta a sua pergunta:*
Todo enredo da história da Mary Mallon ocorre em um cenário do inicio do século XX, ou seja, décadas subsequente ao surgimento da ciência bacteriologia, fundada por Pasteur e Koch, diante de suas rivalidades. O entendimento da febre tifóide sendo causada por agentes patogênicos, de natureza bacteriana, onde o Sr. Charles Warren pode inferir que a Mary Mallon era o foco da disseminação da doença, ou seja, era a “portadora”, se embasou estudos de Robert Koch. Ou seja, o entendimento da febre tifóide causada por seres microscópicos, numa relação de consequência da contração da bactéria com o desenvolvimento da doença, só foi possível, porque a medicina havia passado por uma revolução, com a nova compreensão, a do mundo micro de certos seres vivos afetando o mundo macro dos seres humanos e outros animais, revolução esta criada pelos célebres cientista já citados.
Sendo assim, a atividade tem total pertinência com a bacteriologia, e assim nos propõe uma análise do impacto de seres microscópicos na vida da sociedade e do indivíduo."









Eduardo Amorim, monitor do curso.



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No curso de 2020 foi introduzido no cronograma a COVID-19. E enquanto a prática de Microbiologia Geral não pode ser realizada, devido à pandemia pelo vírus de Wuhan, iniciamos o módulo de Virologia Fundamental com aspectos da Família Coronaviridae, especificamente relatando as doenças SARS-CoV (síndrome respiratória aguda grave, em  2002/2003) e MERS-CoV (síndrome respiratória do Oriente Médio, em 2012) e seus hospedeiros naturais.


Foi iniciado no dia 25/05/2019 a  atividade remota com a presença de alguns professores. Neste encontro abordamos aspectos sobre isolamento horizontal, vertical e distanciamento social, bem como os fatos que "deixam" até o SARS-CoV-2 em pânico!!! E a diferença entre os conceitos de mortalidade e transmissibilidade, tão confundidos ou mal divulgados no inicio desta "praga viral" que assola o planeta atualmente.

Além das orientações  que a OMS vem tomando ao longo da pandemia que têm causado alguma discussão entre a população leiga e entre os próprios membros da Academia mundial, como uso das  máscaras e como devem ser realizadas as medidas de contenção  fim de de ser evitado o espalhamento do novo coronavírus entre a população.

Nos encontros seguintes discutiremos a morfologia da partícula viral  e as suas propriedades físico-químicas e biológicas.





Professora Tatyanne e Professor Samuel na parte de cima, e Professora Wanessa e Professor Daniel na parte de baixo.




Na atividade remota do dia 09/07/2019 abordamos aspectos sobre o histórico das viroses, como o primeiro registro da poliomielite e o último caso de infecção no Brasil. Além da erradicação da varíola no planeta. Fato curioso neste dia foi a OMS ter declarado que o SARS-CoV-2 pode ser transmitido via aérea. Mas todos já sabiam! Trata-se de um vírus respiratório.

Pessoalmente pergunto:

- O que está havendo com a OMS?

Participe dos comentários, se desejar.



Professoras Tatyanne, Kedma, Wanessa e Ivancia.
Professores: Daniel e Marcelo.


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Durante o curso, no dia 07/12/2020, também tivemos a oportunidade de realizar uma atividade prática, observando  todas as medidas de segurança que envolvem a não disseminação do novo coronavírus, como distanciamento, uso de máscaras. Toda conversa foi anteriormente realizada obedecendo uma distancia mínima de 3m. A sala ficou com  janelas e portas abertas para permitir a circulação de ar. Não utilizamos nessa atividade o uso do ar-condicionado. Veja imagens abaixo da professora Ivancia de Luna, cursista, e do técnico de laboratório - nível superior, do departamento de Fisiologia e Patologia, Gilmar Lucena, da Universidade Federal da Paraíba, o qual participa como colaborador do curso de extensão de capacitação dos professores do ensino básico.



Gilmar Lucena, técnico do laboratório de microbiologia, preparando a bancada com os equipamentos para a professora Ivancia de Luna realizar a pesquisa de antígenos de rotavírus e adenovírus em fezes diarreicas de uma criança de 2 anos e 7 meses, moradora em João Pessoa.



Professora  Ivancia de Luna adicionando a solução inicial para liberar proteínas do capsídeo viral, caso haja, na amostra de fezes, partículas virais, para que seja submetida ao cassete  e detecção imunocromática ou não dos antígenos virais de rotavírus ou adenovírus.





Após agitação da amostra de fezes mais solução inicial,  a professora Ivancia retira parte do sobrenadante e adiciona 4 gotas no cassete (seta indicando - figura a seguir). 




Resultado negativo. Após adição das 4 gotas na cavidade da direita ( seta indicando) foi aguardado cerca de 5 minutos para leitura. Observamos a linha verde (controle) com ausência das linhas vermelha (positivo para rotavírus) e azul (positivo para adenovírus).


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Concluindo os trabalhos do curso de capacitação de professores do ensino médio, enviamos um material intitulado "MORFOLOGIA VIRAL: A MATEMÁTICA DITANDO FORMAS NA BIOLOGIA, ABORDAGENS TEÓRICAS E CONSTRUÇÕES DE SUGESTÕES PRÁTICAS PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA", de  autoria do Coordenador Adjunto, Prof.  Daniel Dal Bó, e da cursista, professora Tatyanne Martins, para  o VII SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE PRÁTICAS EDUCATIVAS – SECAMPO, Online de 2 a 4 de dezembro de 2020. O trabalho ficou na sala G10 - Educação, liberdade, TLc e praticas educativas em tempos de Pandemia Covid-19.


Veja abaixo imagens durante a apresentação do trabalho no evento.


Professora Tatyanne Martins apresentando o trabalho na sala virtual durante o SECAMPO 2020.




Professor Dal Bó comentando o tutorial que apresenta sugestões para atividades que podem ser realizadas em aulas do ensino médio – SECAMPO 2020.





Certificado de participação no VII SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE PRÁTICAS EDUCATIVAS – 
VII SECAMPO
Autores do trabalho: Profa. Tatyanne Mendonça, Prof. Daniel Dal Bó e Prof. Marcelo Moreno.



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ATÉ O INÍCIO DE DEZEMBRO DE  2020  MAIS DE 1,5 MILHÕES DE PESSOAS MORRERAM PELA COVID-19

MANTENHO A ESPERANÇA de QUANDO DECIDI SER PROFESSOR AOS 17 ANOS DE IDADE...

A DE QUE UM DIA A SOCIEDADE VALORIZARÁ ESTA PROFISSÃO


Obrigado meus colegas.










Comentários

Imagem esquemática do SARS-CoV-2 exibindo a espícula glicoproteica S

Imagem esquemática do SARS-CoV-2 exibindo a  espícula glicoproteica S
Ela é responsável pelo fenômeno de adsorção, a ligação do vírus à célula, e portanto, pelo início da infecção viral. O SARS-CoV-2 se liga às células através de um receptor, a enzima conversora de angiotensina 2 (ACE2), presente nas superfícies de células do pulmão, do intestino, do rim, e de vasos sanguíneos. Imagem: https://www.scientificanimations.com/C&EN/Shutterstock.

Imagem esquemática do SARS-CoV-2.

Imagem esquemática do SARS-CoV-2.
Observe receptor presente na célula [ACE2] que se liga à proteína S. Human cell = célula humana; Glycoprotein = glicoproteína. Imagem: https://www.scientificanimations.com/C&EN/Shutterstock.

SARS-CoV-2 iniciando o processo de infecção.

SARS-CoV-2 iniciando o processo de infecção.
Fenômeno de adsorção - quando o vírus "toca" a célula com "segundas intenções". A menor quantidade de receptores ACE-2 nas células das crianças explicaria o fato desta faixa etária ser menor atingida por este novo coronavírus.